domingo, 23 de maio de 2010

Nós, as mulheres


Somos sempre, a mais gorda, a que tem mais celulite, a que tem mais rabo e menos mamas. Somos aquela a que quase nenhum trapinho lhe fica bem, quando as outras ficam sempre esplendorosas. Somos a que tem as unhas mais fracas, a pele mais oleosa, e o cabelo mais lisinho à face da terra quando queríamos é que ele fosse cheio de caracóis (ou vice-versa). Somos sempre a que tem mais dificuldade a entrar numas calças, ou a escolher uma blusa. A que nunca tem tempo para nada e a única que não tem umas férias de jeito há meses. Somos as únicas que vêm aquele problema e mais ninguém o consegue compreender. Somos sempre, a única desengonçada na pista de dança e a que não tem graça nenhuma. Somos sempre a que tem as pestanas mais curtas ou a que tem mais dificuldade em se bronzear. Somos sempre, a que tem pouca sorte e que nunca encontra um rapaz interessante e bonito. O nosso corpo num biquini é sempre o pior, nunca temos roupa para vestir, está para lá um armário vazio em que as únicas peças que estão dentro parecem já estar mais que ultrapassadas. Somos a única que tem problemas, a única que nunca consegue o que quer.  Somos (quase) sempre a única que tem defeitos, ou a que tem os piores. Há dias assim, muitos mas depois há aqueles em que nos sentimos fantásticas. Tudo depende dos dias, mas também do ponto de vista. Pois, podemos achar que a A tem um corpo fantástico e ela achar que não. E nós acharmos que temos uma pele de caca  e ela achar que dava tudo para ter uma igual à nossa. Se falássemos sobre isto com todas as mulheres ou raparigas que conhecemos ou que simplesmente vimos na rua, íamos concluir que apesar de invejarmos não sei quantas, o dobro delas inveja-nos a nós!

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