segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Sou daquelas pessoas


Que sempre gostaram de obter bons resultados, que tenho objectivos e que me esforço sempre por chegar a eles, sou empenhada e trabalhadora. Apesar de até agora, guardar sempre tudo para a última, ir fazendo as coisas só à medida que era necessário, conseguindo sempre fazer e tendo bons resultados, mas também já percebi que na faculdade, não pode ser assim e o semestre passado foi um erro que não se voltará a repetir. Mas voltando ao que interessa, não me importo nada de estudar, de ficar fechada em casa durante um fim de semana para o fazer, de me deitar às tantas se tiver que acabar um trabalho, basicamente sou capaz de fazer o que for preciso para nunca deixar nada por fazer (e nunca deixei). Mas também, sou incapaz de não descansar, de, por vezes, parar por uma hora nem que seja para ver um episódio de uma série, só para desanuviar, que sei que a seguir as coisas vão correr melhor. Preciso também do meu tempo para mim, para as minhas coisas, para desanuviar a cabeça, não o fazendo sempre que quero, mas sempre que posso. E acho, muito sinceramente, que o tempo de lazer é tão importante como o tempo de estudo, porque tudo o que é em excesso faz mal, apesar de podermos vir a ter bons resultados, deixamos de ter vida e não pode ser assim, tem que haver um balanço. Um equilíbrio e só assim é que conseguimos ir mais longe, sendo felizes pelo caminho. Posso não ter tido as melhores notas de sempre neste semestre, mas passei a tudo, e mais que isso, tenho outras recordações para além do Pavilhão de Civil. Todas as tardes no sofá, todas as séries e filmes que vi, todos os textos que escrevi, todas as tardes e noites com amigas, foram também importantes, não acho, de todo, que foram tempo perdido. Só tem que ser tempo equilibrado com os deveres, para tudo correr da melhor forma. E mesmo não me arrependendo de nada, sei que este semestre tenho que arranjar o equilíbrio (entre a secretária e o sofá), porque quero que as coisas corram melhor. Mesmo assim, sou mais feliz sabendo, não só coisas sobre o que tenho que saber do meu curso, como também coisas sobre o mundo, cultura geral e tudo o mais. Porque temos que ser focados, sim, mas não em demasia, pois de que vale um arquitecto que tudo sabe sobre arquitectura, se nada sabe sobre o mundo?

4 comentários:

ana disse...

Em Medicina, há uma frase do Abel Salazar que diz qualquer coisa como: um médico que só sabe de Medicina, nem de Medicina sabe. Lembrei-me disto, ao ler este post. Muito bem pensado :) Beijinhos

ps: e por falar nisso, tenho ideia que a nova colecção da Burberry tem lá uma peça especial para si, procure (eu vi no The Sartorialist), é uma t.shirt com a gravura de um "bicho" :)

Negrao disse...

Ás vezes penso como é que é possível e já te disse isto muitas vezes, como é que é possível que em tão pouco tempo te tenha confiado tanta coisa e que te tenhas tornado numa amiga tão amiga. Este post faz-me pensar nisso, que apesar de ás vezes andar na lua e de ter coisas em que em nada me assemelho contigo tens sido uma mana de armas e uma inspiração. O primeiro semestre foi uma parvoíce mas estiveste do meu lado, e agora que o segundo começou estás outra vez comigo a inspirar-me todos os dias e a lembrar-me sempre que desta vez vai ser melhor. Obrigada , do fundo do coração.

Susana disse...

Se tivesse de escrever palavras sobre este assunto, não podia escrever melhor que isto que aqui puseste. Tive dias no semestre passado em que nem me reconhecia, sentia-me outra dentro da minha pele, nunca desisti tanto de tantas coisas pela minha sanidade mental. Mas assim como tenho recordações dos dias em que estudei até "morrer", tenho recordações do que fiz durante as pausas, do que fiz em vez de olhar para os livros, das meias horas que dei a coisas que são, não mais importantes, mas igualmente essenciais ao estudo e aos objectivos. Quer seja no sofá, à frente da televisão, numa secretária ou no corredor da faculdade a estudar no joelho. O que é certo, é que fizemos o que tínhamos de fazer, e ninguém nunca vai perceber tão bem certas atitudes que tomamos como nós próprias, nunca ninguém vai saber como nós, o quão importante foram aqueles dez minutos de descanso, mesmo que no fim não sejamos tão boas. Permitirmo-nos a ser imperfeitas, também é tão essencial como dormirmos uma noite seguida, ou ver uma série e estar com as amigas. Nisto, somos parecidas e não tinha encontrado ninguém que percebesse isto assim ;)

Susana disse...

E ainda bem que consideras isso, porque mais uma das coisas que aprendi neste blog foi que "nem que seja meia hora, tem-se sempre tempo" :)