segunda-feira, 2 de abril de 2012

Hoje deparei-me com duas situações completamente opostas. Um nascimento, o olhar para aquele bebé e pensar que tem toda uma vida pela frente, que estes primeiros meses são os mais puros e simples que alguém tem. Ainda não está moldado, não tem defeitos nem feitio. Há culturas que acreditam que os recém nascidos são como anjos e hoje eu apercebi-me mesmo disso, que quando nascemos somos seres perfeitos. A partir daí, só tende a piorar, sempre. Por nós, pelo mundo por tudo. Menos de uma hora depois deparei-me com o oposto, uma vida que está a chegar ao fim. Muitos e muitos anos vividos com tudo o que isso tem de bom e mau e agora uma doença que ataca e leva essa pessoa, um bocadinho de cada vez. Uma pessoa que não está bem mas que luta e que tem uma força incrível. Mas o desgaste está a destruir tudo à sua volta e ao pouco que resta da sua vida também. E agora sei que falta pouco para esta vida chegar ao fim e custa. Custa muito, por saber que já não está bem há muito tempo, por saber que sofre e que faz sofrer. E pior, saber que nada se pode fazer para evitar o inevitável. Que quem ficar vai sofrer ainda mais e que tenho que estar preparada para ser o apoio dessa dor, desse luto que se já vai fazendo há tanto tempo... E no meio disto tudo pensei que estamos nós, que está a vida, que vai passando tantas vezes sem darmos conta e é nestes momentos que me apercebo que temos que fazer por valer a pena, sempre, sem dar nada como garantido. Porque quando menos esperamos, foge-nos o chão. E para isso, nunca estamos preparados.

1 comentário:

Susana disse...

Andava pata escrever um texto assim há que séculos mas as palavras não me saíam. Disseste tudo o que eu queria dizer, e tens toda a razão do mundo. Há que aproveitar agora, a vida que temos, mesmo que às vezes não seja como queríamos: é a nossa vida, a única. Porque nunca sabemos quando vamos.ter de nos despedir, de ser o ombro das.pessoas que cá ficam a sofrer ou sermos nos a ficar mal. Adorei :)