quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Da pequenez dos portugueses


Foi o assunto que esteve na ordem do dia, a semana passada e fez-me pensar imenso na maneira de ser das nossas pessoas. Não são capazes de ver ninguém ter uma coisa melhor nem de aceitar que lá por não poderem ter que os outros até podem. No ano passado eu recebi um carro, um Macbook Pro e um iPhone 5, se não roubei, não deixei de comer nem pedi empréstimos para tais coisas, porque não haveria de ter aquilo que podia? Ou que os meus pais podiam dar, no meu caso é mais isso. Ia deixar de ter estas coisas porque os meus amigos ou meio Portugal não podem? Para isso também o Cristiano Ronaldo devia viver que nem um pobrezinho por respeito ao resto dos portugueses, e se ele tem dinheiro e tem gosto em gastá-lo, não vai fazê-lo por causa dos outros? Seria ridículo se assim fosse. Podem até pensar que eu acho as coisas desta maneira porque até tenho a sorte de ter aquilo que quero e o que não quero também, mas vão existir sempre pessoas com muito mais e outras com menos, a questão está em que não vamos deixar de viver as nossas vidas e de cumprir os nossos objectivos, sejam eles quais forem, por causa das outras pessoas. Pelo menos, é o que eu acho. Também gostava de ter voltado a Nova Iorque, de ter feito mais compras ou de ter ido a mais festivais, mas como é óbvio não dá para tudo e não tenho que ficar com inveja de quem teve a oportunidade de fazer essas coisas. São vidas e cada um faz o que quer dela, sejam os seus sonhos tirar um curso em Bruges ou comprar uma mala Chanel, ninguém tem o direito de criticar os outros pela maneira como gasta o seu dinheiro. Melhor, ninguém devia impedir os outros de quererem sonhar, como dizia a minha mão no outro dia, mais que tudo as pessoas perderam a capacidade de sonhar, mas mesmo assim não deviam cortar os sonhos a quem os tem, mesmo que não sejam adequados à conjectura actual ou que sejam fúteis. São desejos e nada mais. Cá eu, ainda tenho muitos que quero ver realizados.

3 comentários:

Matilde disse...

Sinceramente concordo contigo. Nunca tive grandes coisas e sinceramente adorava conhecer mais de Portugal, ir mais além de Espanha e até ter um carro ou um macbook pro. Na verdade não tenho possibilidades económicas para tal. Junto o meu dinheiro todos os meses e o meu objectivo agora é comprar um tablet.
Nunca tive uma vida fácil. Os meus pais nunca me deram tudo o que eu queria, apenas o que eles achavam que era essencial. Se eu quisesse um par de calças e ainda tivesse 3 em boas condições, bem que os podia esquecer.
No entanto há muita gente que olha para mim e diz que eu e a minha família fazemos uma vida de luxo. Tudo porque os meus pais têm duas filhas a estudar na universidade (uma em cada lado do país) porque a minha irmã comprou um carro, porque a minha mãe preferiu comprar-me um computador novo do que esperar um mês que o outro fosse para arranjar (e eu tinha de entregar trabalhos na semana a seguir), porque a minha irmã teve 3 meses a estagiar em Londres (mas sem a bolsa que ganhou, não era possível) e por ai.
Nós (portugueses) temos sempre uma necessidade de falar dos outros, mas pouco olhamos para nós. Torna-se triste.

Depois disto tenho uma (duas) pergunta para te fazer... Estudas no técnico não é? A biblioteca lá é de fácil acesso a pessoas exteriores?

Matilde disse...

Obrigado :)
Agora quando começar o segundo semestre sou capaz de começar a ir para lá ao fim-de-semana, uma vez que vou mudar de casa e o técnico vai ficar a uns 15 minutinhos de casa.
Irei dizer com todo o gosto :)

Susana disse...

O que posso dizer depois de ler isto é "nem mais". Ninguém tem de falar da vida de ninguém, ou ficar com inveja de nada, porque cada um de nós passou por coisas que os outros não passaram, e se calhar hoje uns têm umas coisas, mas amanhã passam a ter outras. E não é por isso que se deixa de ter sonhos, sejam eles fazer voluntariado em áfrica ou comprar o computador melhor da loja. É o que é, cada um com o seu esforço para conseguir o que traz felicidade. Tenho a sorte de ter tudo o que preciso, e faço gosto em emprestar o que posso a quem tem sonhos que eu já vi relizados, mas uma coisa que chateia, e que falas no meio deste texto, é o facto de as pessoas começarem logo a fazer um grande alarido à volta das coisas. O que é que tem se temos um iPhone, conduzimos um bom carro com meses de carta ou nos ofereceram o computador mais xpto de todos? Se podemos, então é aproveitar. E se não podemos, lutar por isso. Isto tudo para deitar cá para fora o que não me saiu durante a semana, ahah. Adorei.