terça-feira, 5 de abril de 2016

Das passadeiras


Em Itália havia toda uma ciência para atravessar passadeiras. Isto é, ou havia semáforos e a coisa funcionava normalmente ou caso estes não existissem, bem que escusávamos de ficar parados no passeio à espera que eles parassem. Porque era coisa que nunca iria acontecer. Os condutores italianos não param, só em caso de obstáculo ou perigo iminente. Portanto, a única solução se queremos chegar ao outro lado da estrada é mesmo, começar a atravessar e ter fé em que eles vão parar. Coisa que normalmente resulta [nem sempre, que houve uma vez que tive que parar a meio da passadeira porque um senhor decidiu ultrapassar o que tinha parado para mim]. E ganho este hábito, aqui ainda não me consegui desfazer dele. Chego a uma passadeira e lanço-me sem esperar que os condutores parem antes. Aliás, até fico admirada quando ainda estou a chegar onde quero atravessar e um carro já parou para mim. Nós, portugueses, nem somos muito pacientes em esperar para atravessar mas eu agora estou a pró na impaciência. Realmente falamos mal da nossa condução, mas às vezes nem temos noção do pior que anda por aí. Vamos lá ver se perco esta mania de me "atirar" para a estrada.

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