Faz dez anos que fui a Nova Iorque pela primeira vez. Com uns míseros 12 anos, claro que quem organizou a viagem foram os meus pais [mais o meu pai que já lá tinha estado], foi a vez em que vi mais coisas e descobri mais mundo. Até então não sabia que podia existir uma cidade tão agitada, com prédios tão altos, com tanta diversidade de gente. Foi a vez em que andei de barco ao pôr do sol com a estátua da Liberdade ao fundo, fui de limusine até ao outro lado do rio Hudson, subi ao Empire State Building, estive dentro de um Concord que estava exposto num porta aviões e visitei a sede da ONU, andei pela primeira vez de metro. Descobri o Central Park, os encantos da 5ª Avenida, a loucura de Times Square à noite, comi os melhores cachorros quentes de sempre, vi animais embalsamados no Museu de História Natural, andei em elevadores tão rápidos que me faziam doer os ouvidos, fiz compras como nunca tinha feito até então, trouxe para casa um dos meus peluches preferidos da loja mais amorosa do mundo e adormeci num restaurante de tão exausta que estava. Aprendi tanta coisa, guardei tantas memórias em família e apaixonei-me pela cidade. Aquela que é tal e qual como aparece nos filmes e só ganha mais encanto com isso. Três anos depois voltei, em pleno Inverno e com a cidade decorada pelo Natal. Conheci outras coisas, passeamos à deriva, fomos ao Top of the Rock, entrámos em todas as lojas e mais algumas só para aquecer um bocadinho, comprei o meu primeiro conjunto de maquilhagem na Macy's, perdi-me na Victoria's Secret e descobri a Abercrombie&Fitch. Dois anos depois, nova viagem aos Estados Unidos e com surpresa no fim, com uns últimos dias em Nova Iorque. Era Primavera e só queria passear na rua, fui ao High Line com o meu pai [quando ainda nem se falava nisso], fomos à ponte de Brooklyn ver a cidade de outra perspectiva, admiramos o tecto da Cetral Station, vi a exposição do Alexander McQueen e do Harry Potter, descobri o Burguer Joint no lobby de um hotel e ficamos no quarto com a melhor vista de sempre [e no andar mais alto em que já dormi]. Mais três anos passaram e voltei, assim de repente, soube um mês antes que íamos voltar. Desta vez com o meu irmão, em pleno Verão, fomos visitar os aquilo que ele ainda não conhecia e eu, como estudante de arquitectura, quis ver edifícios icónicos que agora despertavam o meu interesse — Seagram Building e o Guggenheim — e fui, finalmente, ao jardim zoológico ver os pinguins do Diário da Princesa. Tantas memórias Sempre viagens em família, as primeiras completas, a terceira só com o meu pai e a última com ele e o meu irmão. Agora estou a acabar o curso e como prometido irei voltar a Nova Iorque [poderia pedir melhor prenda do que esta?], desta vez com uma amiga — a melhor companheira de curso e das melhores coisas que o Técnico me trouxe — terei todo o prazer de lhe dar a conhecer a minha cidade do coração. Voltarei aos lugares mais emblemáticos e conhecerei outros tantos, porque Nova Iorque é mesmo assim, por muitas vezes que lá vá, existirão sempre coisas que ficaram por ver. Sei que é um cliché gostar tanto desta cidade, mas é mesmo uma paixão e significa muito para mim, por todas as descobertas e aprendizagens [seguramente que foi a minha primeira viagem de menina crescida] e principalmente pelas boas memórias que me vêm à cabeça. Tenho 22 anos, tenho a sorte de já ter viajado muito e principalmente de ter ido tantas vezes à minha cidade predilecta.
Enfim, que continue a ser uma sortuda para este ser o meu destino muitas e muitas vezes.
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